Sobre os Protestos em São Paulo ou A Revolta do Vinagre

13 de junho de 2013 – noite

O mais marcante (até agora) ato de violência contra os manifestantes ocorreu na noite de quinta-feira (13/06). Ficou registrado o abuso do poder da Polícia Militar de São Paulo junto com a truculenta tropa de choque que reprimiu, calou e cegou os cidadãos com seus tiros de borracha nos olhos e seu gás lacrimogênio vencido.

As redes sociais estão aí com milhares de compartilhamentos sobre a verdade. Pelas fotos, vídeos e tumblrs, o que se viu foi uma polícia despreparada que agrediu sem necessidade, já que não havia nenhum tipo de violência por parte dos manifestantes, muito menos dos jornalistas ou das pessoas que passavam pelo local.

Esta mesma polícia então depredou sua própria viatura e prendeu aqueles que estivessem portando o “perigoso” vinagre. Assim, apelidada de Revolução do Vinagre, os protestos ocorridos em São Paulo já contam até com verbete no Wikipedia.

Posso ser muito pretensioso, mas creio que os blogs estão fazendo o seu papel em informar o que a mídia esconde, assim como faziam os jornais clandestinos na época da ditadura.

A mídia internacional deu destaque especial aos acontecimentos em São Paulo, vinculando até com a Copa do Mundo e Olimpíadas. Aos poucos os jornais brasileiros começam a noticiar a real situação das manifestações.

O cidadão saiu do sofá e foi pra rua protestar por seus direitos. Este é o momento ideal para fazermos parte da história do Brasil. Agora não é mais por 20 centavos, não é mais pela inflação, não é mais pelos políticos. Tudo isto é por um país melhor!

Como diz aquele jingle do comercial: “Vem, vamos pra rua. Vem que a festa é tua!”

Jon Carvalho

Se a passagem não baixar, São Paulo vai parar!

São Paulo, 11 de junho de 2013 – Noite.

As ruas estão tomadas pelos jovens estudantes que não aceitam mais pagar um preço alto em troca de um precário transporte público.

A situação é: São Paulo, a capital financeira do Brasil parou, ou vai parar. Motivo: O reajuste das tarifas tanto do ônibus como metrô-trem de R$3,00 para R$3,20 (todo mundo sabe que isso vai além dos 20 centavos, não seja estúpido!).

 – Nossa o que são 20 centavos?

– Estes estudantes não pagam meia?

– Por que estão reclamando?

Confesse: muitos de vocês gostariam de estar lá, lutando pelos seus direitos. Mas, infelizmente temos medo. Medo da polícia, de perder o emprego, de faltar e ficar de DP na faculdade. Medo da sua família, dos amigos.

– O que irão dizer de mim?

– Que sou um marginal?

– Ou um vagabundo?

– Ou um desocupado que  só quer “causar”,  fazer baderna e colocar fogo em tudo?

Afinal, como disse um leitor desses portais de notícias: “É essencial ter muito tempo pra perder com isso. As pessoas produtivas não se manifestam pois estão ocupadas em produzir”

Precisamos ser produtivos para enriquecermos quem já é rico. Lutar pelos direitos é coisa de comunista que não quer trabalhar. Tá certo.

Vou dormir, porque amanhã preciso acordar antes do sol nascer para não perder o ônibus e chegar atrasado no trabalho.